CAMINHO

Caminho na cadência de passos mudos são incolores, mas têm cheiro encaminham-me ao paraíso para sentir o calor do teu corpo o sabor do teu beijo no cálice por onde sorvo o teu néctar... Ja ouço o teu respirar ofegante o sentir do teu desejo um suspiro de quando em vez... Brindo-te com carícias com palavras de ternura com palavras de paixão... Que se vê no meu olhar onde minhas pupilas saltitam como bailarinas e a luz é tanta que não param de brilhar... Escrevo palavras no vento embrulhadas em flores para cubrir teu corpo na encruzilhada dos amores... Pinto nas paredes lamentos pinto também alegrias em tons multicolores murmúrios, agonias acompanhadas com sinfonias de Mozart e Beethoven soletro teu nome em clave de sol e a lua minha companheira entra de soslaio pela janela entreaberta e sempre à espera duma missiva do desconhecido... Entro na realidade abro os braços e nada existe apenas lençóis amarrotados pela turbulência dos sonhos... Quedo-me olho à volta apenas existe a esperança que vou receber um dia uma carta sem endereço vindo de um lugar que desconheço sei apenas que nesse lugar há alegria adornada por vales dourados e onde corpos desnudados se entregam sem pudor pois apenas existe o amor... Esses corpos exalam perfume que queima e se torna lume esvai-se no delírio de tanto querer... E afinal não passa de um sonho que germina mas não chega a florescer...